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Entenda por que o cobre é um importante aliado no combate às doenças

O controle de doenças fúngicas virou um desafio ainda maior à medida que os fungos foram se tornando resistentes aos princípios ativos dos fungicidas. Muitas pesquisas têm sido feitas na busca de soluções ou, pelo menos, alternativas para amenizar o problema. E uma das principais descobertas está diretamente ligada à nutrição na cultura da soja. O uso de produtos à base de cobre pode revolucionar a estratégia de combate às doenças fúngicas, inclusive a ferrugem. É que os produtos cúpricos ajudam a fortalecer o sistema imunológico das plantas, garantindo um manejo mais eficaz das doenças e, consequentemente, melhor produtividade.

Os pesquisadores dizem que o manejo incorreto do controle químico contribuiu para a perda de eficácia de vários produtos ao longo dos anos, provocando o surgimento da resistência dos fungos a estes produtos, como às moléculas dos grupos dos benzimidazóis, triazóis e ditiocarbamatos. Isso acaba trazendo prejuízos aos produtores rurais, que precisam aplicar dois ou mais fungicidas para o controle da ferrugem, por exemplo, aumentando o custo de produção.

Diante deste cenário, tornou-se extremamente necessário o uso de estratégias anti-resistência, como a que utiliza a defesa natural da planta como aliada, ou seja, aumentando a sua capacidade de se defender dos fungos e de outros microrganismos. É a chamada indução de resistência. Nesta batalha, os produtos à base de cobre, os chamados produtos cúpricos, são aliados importantes, pois eles podem atuar como um agente indutor que aciona os mecanismos de defesa da planta contra vários microrganismos, que antes estavam em estado latente.

Os produtos cúpricos podem ajudar a elevar a eficácia do controle químico que já é realizado e reduzir de forma significativa a resistência dos fungos aos agroquímicos, além de garantir uma nutrição adequada às plantas. O cobre atua como elemento essencial ao funcionamento normal das células das plantas, participando de inúmeras reações bioquímicas e fisiológicas. Ele funciona como ativador ou componente de enzimas, atuando na fotossíntese e transpiração da planta, auxiliando na resistência a doenças. E no caso da soja, uma leguminosa, o cobre possui também influência na fixação de nitrogênio.

Para usar o cobre como aliado, um dos caminhos já conhecidos é a escolha do fungicida. Existem no mercado diversos fungicidas à base de cobre, como o hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre e óxido cuproso. O uso deste componente como um protetor contra fungos e bactérias tem duas principais divisões: o de contato e o sistêmico. O de contato é utilizado na parte de cima das folhas. Assim, se um esporo de um fungo entrar em contato com a folha, o cobre age evitando sua propagação. Já o sistêmico é distribuído internamente dentro na planta, o que possibilita o controle de fungos e bactérias na raiz e em outras partes mais baixas da planta, explica Tarcísio Cobucci, pesquisador da Cobucci Agro Cobucci.

Mas o grande diferencial na estratégia do produtor pode estar na adoção de fertilizantes à base de cobre. Associados a determinados fungicidas, estes fertilizantes representam uma alternativa eficaz para o manejo correto contra as doenças. São produtos que podem tornar as plantas mais “fortes” ao ataque de fungos e outros microrganismos, além de reduzir a possibilidade de resistência dos fungos aos produtos químicos utilizados.

Um estudo publicado em 2018 pelo pesquisador Edevan Bedin, da Universidade de Passo Fundo (UPF), do Rio Grande do Sul, concluiu que a aplicação foliar de fontes de cobre retardou o progresso da ferrugem asiática na soja, reduzindo a sua severidade e teve também um efeito positivo sobre a produtividade dos grãos. Os fertilizantes cúpricos, além de atuarem no manejo de doenças, podem fornecer o micronutriente cobre, aumentando a produtividade por ser essencial às plantas.

Trabalhos em campo acompanhados pela Satis demonstram os resultados em números: áreas tratadas somente com fungicidas atingiram 56% em média de controle de doenças em geral, enquanto naquelas em que, além dos agroquímicos, houve investimento também em fertilizante foliar à base de cobre, este índice ultrapassou 75%. A diferença de produtividade também foi expressiva: a área onde houve associação do uso de fungicidas com a aplicação de fertilizante cúprico rende 11 sacas a mais por hectare.

O produto utilizado na pesquisa foi o Tatic que está sendo lançado comercialmente neste mês de setembro. É um fertilizante foliar, que favorece o sistema imunológico das plantas, além de atuar como protetor das moléculas de fungicidas, o que reduz a possibilidade de gerar resistência dos microrganismos aos produtos.

Especialistas alertam, no entanto, que para se obter a máxima eficácia de um produto, alguns fatores como a formulação química e o tamanho de partículas também precisam ser levados conta. Neste aspecto, o lançamento da Satis também promete melhores resultados, já que possui facilidade de mistura e aplicação pela presença de surfactantes que potencializam o efeito do produto. Além disso, devido ao menor tamanho de partícula, consegue maior superfície de contato, sendo mais preciso e eficiente na atuação (acerta no alvo).