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Pós-colheita do café: três dicas de especialistas para garantir mais produtividade

O trabalho no campo não para nunca. Ninguém melhor que o produtor de café para saber que os tratos culturais e os cuidados no pós-colheita vão garantir uma boa safra no ano seguinte. O cafeicultor Luiz Otávio Moreira Viana vem fazendo sucesso na internet com as dicas sobre a produção de café. Fomos ouvir a opinião dele e também dos especialistas da Satis para resumir para você os principais passos para um pós-colheita de muito sucesso e resultados no campo. Confira:

Ter um bom planejamento
Em janeiro deste ano, o influencer Luiz Viana, que também é tecnólogo em cafeicultura, começou a programar as podas que vão ser iniciadas em julho e agosto nas suas plantações. Este ano, ele vai podar cerca de 15% das lavouras, pois as geadas de 2021 danificaram bastante os pés de café. Na propriedade, sempre é seguido um ciclo de produção que contempla de quatro a cinco safras. A orientação para o produtor, segundo ele, é muito simples. “A gente perde tempo inventando muita coisa, mas acaba esquecendo das coisas simples”, diz. O mais importante é fazer um bom planejamento e dar atenção aos cuidados básicos, como a análise do solo, que é primordial, e focar no “capricho” da lavoura.
Os especialistas concordam que, mesmo antes da colheita, o produtor também precisa tomar decisões importantes que vão refletir na próxima safra. E uma delas é a definição das podas que deverão ser feitas, como planejou Viana. O quanto antes o produtor conseguir podar os cafeeiros após a colheita, melhor serão as produções futuras. Para isso, é preciso levar em consideração vários fatores, como o crescimento das plantas, desfolhamento, entre outros. O produtor também pode optar por diferentes tipos de poda, como o sistema de poda conhecido como safra zero.

Cuidar da nutrição
O clima desfavorável do ano passado, com seca e geadas, já vai impactar de modo geral a produção de café deste ano, que tende a ser menor mesmo em ano positivo da bienalidade da cultura. Desta forma, a safra a ser colhida em 2023 tende a ser marcada por uma boa produção. E para maximizar ganhos e evitar perdas, o produtor deve cuidar bem das lavouras para a próxima safra, com atenção especial no pós-colheita.
Um dos pilares destes cuidados está na nutrição adequada. A aplicação adequada de nutrientes como o boro e o cálcio estão diretamente ligados à formação das estruturas florais dos cafeeiros. O uso de aminoácidos ajuda a gerar uma economia de energia para a planta, que será usada para formar e abrir as flores. A própria planta produz aminoácidos, gastando energia para esta produção. Assim, se os aminoácidos são fornecidos de fontes externas, ela não precisa consumir esta energia na produção destas substâncias, deixando mais energia para a florada, explica César Pirajá, Coordenador Técnico Comercial com enfoque na cultura do café da Satis.
O extrato de algas, por sua vez, pode ajudar no aumento do pegamento da florada, pois é um bioativador, induzindo a planta a conseguir segurar mais a florada. O nutriente fósforo também é importante na geração de energia para a planta. Entretanto, a nutrição precisa ser em doses e época adequadas. A dica é não deixar para aplicar os nutrientes e outros produtos em cima da hora, sendo o período que antecede a abertura das flores o mais indicado. Desta forma, os nutrientes e aminoácidos transformam-se em reserva de energia para a planta desempenhar melhor suas funções.
O influencer Luiz Viana concorda com a importância da nutrição. Ele recebe muitos pedidos de produtores para mostrar nas redes sociais experimentos simples, como dicas de adubação, um dos assuntos de maior interesse. Viana participou de um dia de campo para a cultura do café, promovido pela Satis. No mesmo dia houve o lançamento oficial do Campo Experimental Satis, em Araxá, Minas Gerais. O evento realizado na Fazenda Novo Horizonte, contou com a participação de consultores e representantes da empresa, com direito a música ao vivo e churrasco de confraternização. Entre os temas discutidos no evento, estão nutrição, manejo fitossanitário e bioativação de plantas.

Fazer o manejo correto de pragas e doenças
O manejo fitossanitário é outro ponto de destaque no pós-colheita, pois este período de tempo mais seco dificulta o controle de certas doenças e pragas, como o bicho mineiro. Com o clima mais seco, com mais poeira, a aplicação de inseticidas perde eficácia. A recomendação é monitorar a lavoura e fazer a aplicação de produtos quando for constatado um aumento do ataque da lagarta da praga, por exemplo. A aplicação deve ser feita com dois produtos com modo de ação diferente para evitar a resistência, diz Pirajá.
A Phoma, causada por um fungo, precisa ser combatida com fungicidas específicos durante a pré-florada, pois a flor é porta de entrada para o fungo. O cobre também é um importante aliado no combate à phoma, que traz danos significativos à produção porque provoca a perda dos chumbinhos, os pequenos frutinhos do café.
A mancha aureolada, causada por uma bactéria, também pode causar a perda dos chumbinhos. O uso de bactericidas também deve ser feito na pré-florada. O produtor também deve sempre conferir a vazão e a qualidade das aplicações dos produtos contra as doenças e pragas.
Luiz Viana, que é produtor em Cabo Verde, sul de Minas Gerais, também já está monitorando as lavouras para o controle de pragas e doenças. A phoma já apareceu e foi controlada. O bicho mineiro ainda não está nas lavouras, mas o produtor já faz uma aplicação corretiva contra o inseto que geralmente aparece durante a colheita, projetada para começar em junho na sua propriedade.